O preço do botijão de gás atingiu recorde histórico, em meio à crise econômica provocada pela pandemia. O produto de 13 quilos hoje é vendido, em média, por R$ 92, o que está levando muitos brasileiros a consumirem lenha ou carvão para preparar alimentos. A questão levou o congresso a debater sobre políticas sociais para subsidiar o produto à população de baixa renda.
Segundo o IBGE, 14 milhões de domicílios brasileiros usavam lenha ou carvão para cozinhar em 2019, número equivalente ao do ano anterior e que corresponde a cerca de 20% do total de residências do país. A Empresa de Pesquisa Energética acredita que esta tendência tenha se acentuado nos últimos meses. Cabe destacar que a utilização de lenha ou carvão, além de poluir e ser menos eficiente, é prejudicial à saúde.
Torna-se fundamental uma análise da situação por parte do Congresso Nacional, tendo por base o fato de que a isenção de impostos concedida pelo governo federal em março não foi suficiente. Há vários projetos em tramitação, apontando três possíveis soluções: a criação de um programa social, a inclusão do botijão de gás na cesta básica e o tabelamento de preços, alternativa que enfrenta resistência do governo, da Petrobras e das empresas do setor.
O problema vivido por milhões de brasileiros não só reacende o debate como exige urgência. E nós, parlamentares, precisamos estar atentos aos desníveis. Quando renda e preços não se coadunam em demandas básicas, essenciais à vida, não há justificativa para não legitimar a definição de políticas públicas.