Indicadores sinalizam que o Brasil já recuperou o nível de atividade econômica que tinha antes da pandemia. Embora bastante positivo, o resultado evidencia uma outa situação, esta desfavorável: de maior desigualdade social. É que as principais sequelas da crise sanitária, como inflação e desemprego, atingiram mais a população de menor renda.
Entre 2019 e 2020, o nível de ocupação dos trabalhadores brasileiros caiu 7,7%, chegando a 51%. Só que essa retração foi muito mais forte entre as pessoas sem instrução ou com o ensino fundamental incompleto.
Cabe destacar, neste contexto, que o mercado de trabalho vem passando por uma transformação. Trata-se do avanço da economia digital sobre atividades tradicionais. Essa nova dinâmica exige profissionais mais qualificados e a parcela da população com baixa escolaridade é a mais afetada por essa transição.
Cidades de médio porte, que estão investindo no segmento de tecnologia, estão bem melhor na geração de empregos do que muitas capitais. Considerando municípios com mais de 200 mil habitantes, a cidade paulista de Osasco, e Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, são as campeãs em criação de vagas. Osasco, com alta de 16% e saldo de 24 mil empregos, e Novo Hamburgo, com elevação de 12% e saldo de 7,74 mil postos de trabalho.
Para combater o desemprego e levar o país ao crescimento, é preciso, portanto, que a população tenha condições de acompanhar essa evolução. São necessários programas que possam qualificar o segmento de baixa renda. Vamos trabalhar por investimentos na educação pública, por iniciativas de inserção profissional de jovens e por instrumentos de apoio social, que possibilitem a todos os cidadãos o acesso à formação profissional e ao emprego.