Que os bancos ocupam posição de destaque no ranking de queixas dos consumidores todo mundo sabe. Mas não são apenas as reclamações relacionadas aos serviços e produtos oferecidos, que denigrem a imagem das instituições financeiras. Os bancos também pecam, neste momento tão grave de pandemia, pelas aglomerações. As filas intermináveis propiciam um ambiente favorável para a contaminação pelo coronavírus.
O problema é resultado do fechamento de várias agências e do número cada vez menor de funcionários e de caixas eletrônicos disponíveis. O tempo de atendimento só aumenta enquanto os clientes se aglomeram. Um recorte de total insensibilidade.
É inconcebível esta situação, ainda mais diante da constatação de que as crises sanitária e econômica não impediram que os bancos se colocassem entre as empresas que registraram os maiores lucros do país em 2020. Nos nove primeiros meses do ano passado, as cinco maiores instituições financeiras tiveram lucro de R$ 53,383 bilhões.
A verdade é que com ou sem crise, os bancos obtêm lucros astronômicos, mas não restituem ao cliente a qualidade no atendimento. Ao contrário, os cinco maiores bancos juntos fecharam mais de 12 mil postos de trabalho em 2020. O resultado é menos funcionários para atender o público. Sem contar que existe uma estratégia de impor que os clientes utilizem os serviços de internet banking, quando ainda existem milhares de pessoas que não estão preparadas para isso, principalmente os idosos.
Quanto às aglomerações dentro das agências, a Justiça vem determinando que sejam adotadas medidas para evitar o problema, em atendimento aos requerimentos das Defensorias Públicas. Vários bancos, inclusive, já foram multados. Nem assim, há respeito. Como parlamentar, estou atento à situação, estudando medidas cabíveis, mais enérgicas, de forma a garantir a proteção necessária e devida ao consumidor.