Os dados são alarmantes: 14 milhões de desempregados; 6 milhões de desalentados, ou seja, que desistiram de procurar emprego; e mais 7 milhões de subocupados, num total de 27 milhões de brasileiros sem renda ou com rendimentos aquém do necessário para sobrevivência. Esta é a atual situação do mercado de trabalho, o que explica o crescimento da extrema pobreza no Brasil, a ponto de atingir o recorde de 14,5 milhões de famílias.
É claro que a pandemia potencializou esses números. São 40 milhões de pessoas vivendo com até R$ 89 por mês, no pior patamar já enfrentado no país. Em abril deste ano, 14,5 milhões de famílias registradas no Cadastro Único do governo federal viviam em extrema pobreza. Antes da pandemia, em fevereiro de 2020, havia 1,1 milhão a menos. Eram 13,4 milhões. E além desse expressivo segmento, que vive nas ruas ou em barracos de favelas, há 2,8 milhões de famílias vivendo em pobreza, o que representa cerca de 8,5 milhões de brasileiros com renda entre R$ 90 e R$ 178 per capita mensais.
Vivemos tempos difíceis. Muito triste o cenário de famílias suplicando por mantimentos na saída dos supermercados. Lamentável ver a população de rua aumentando. Não podemos cruzar os braços e permitir que a extrema pobreza ganhe ainda mais dimensão, aumentando a desigualdade social. Precisamos mudar esse quadro, primeiramente com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e redução do número de mortes e infectados.
A economia pós-pandemia, por sua vez, precisa dar fôlego às atividades que sejam grandes empregadoras, como a construção civil, comércio, serviços e indústrias. Que também se atente para a necessidade de apoio aos negócios das micro e pequenas empresas, geradoras da maioria dos empregos no Brasil.